15 de set de 2020

Os mercados!

Sinceramente, não sei por onde começar.

Antes, ir ao mercado era uma atividade relaxante.

Agora, ir ao mercado tornou-se uma atividade estressante.

Primeiro, você tem que decidir se leva ou não seu filho. Isso somente acontece quando você ainda pode decidir... afinal eles continuam em casa e os grupos de risco continuam a existir.

Segundo, você prepara o arsenal contra o coronavírus... máscara, álcool gel e luvas se preferir.

Terceiro, você se prepara mentalmente para entrar num lugar público e também prepara mentalmente aos outros; principalmente se os outros são seus filhos e avisa em tom de alerta: "não coloca a mão em nada!"

Gente, que situação desagradável.

Depois, você escuta seu filho dizer que não sai de casa, que parece que o tempo não passou e que não tem escola, embora assista às aulas inúteis online.

Quarto, estaciona o carro e se dirige ao mercado, não usa o elevador!

Quinto, tem que pegar um carrinho, ou seja, tem que colocar a mão na barra do carrinho que todo mundo já colocou a mão. Você vê um funcionário educado com seu PANINHO!!!!! SUPER LIMPO gentilmente passando um produto que pode ser álcool. Fazer o quê! Você tem que pegar o carrinho.

Sexto, você olha para todos os funcionários do mercado e todos estão de luvas, máscara e face shield e; então, você se lembra que as praias, os bares, os ônibus, o calçadão estão lotados, mas o coronavírus só passa para você se você for ao mercado e à escola. O coronavírus é segmentado...

Caramba!!! Aí você pensa na hipocrisia da crise do coronavírus. Mas você continua com receio de pegar o maldito. Enfim, eu pelo menos tenho esse receio. Não sei quanto aos hospitais, porque já tem tempo que não vou, então, não sei como está a crise do coronavírus. Dizem que estão lotados.

Sétimo, você passa pela entrada do mercado e então você vê dois funcionários fazendo a recepção dos clientes, um oferece álcool e o outro escolhe aleatoriamente de quem ele medirá a temperatura. Resumindo... um controle totalmente inútil.

Oitavo, você pega os itens da lista e ainda administra seu filho que está agarrado em você fugindo das aglomerações e evitando tocar nas coisas. Só um pouquinho estressante! Cada item da lista causa um nervoso nas mãos...

Nono, você se dirige ao caixa e ao pagar, tem que digitar sua senha naquelas teclas super limpinhas, SÓ JESUS!!!

Décimo, você volta para casa e tem que guardar tudo que você não sabe se está contaminado com o vírus, ainda que façamos uma limpeza prévia, não é cem por cento efetiva. Separar as máscaras para lavar. Higienizar o celular, sem afogar o mesmo no álcool 70 e lavar a capa. É tanto álcool e água sanitária que daqui a pouco a impressão digital ficará falha.

Décimo primeiro, você toma um banho, todo mundo da família toma banho; uma sensação de alívio surge.

Você torce para ninguém ter pegado coronavírus.

Talvez, se você tivesse ido à praia ou ao bar ou pego um ônibus lotado não tivesse ficado tão estressado; afinal, o coronavírus é segmentado.

A crise mental e hipócrita do coronavírus.